quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

o ano acaba

o ano acaba
e eu fico
alguns planos e desejos
devidamente transplantados
novos latejando
e mais virão
o ano acaba
e eu fico
- como é bom!
(Para meu Mateo e nossa querida Daniela Lerda, autora da foto)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

reality vida #3

comunicadora de ONG, 35 anos, coisa e tal, começa a sentir os efeitos colaterais sentimentalóides do Natal potencializados pela ausência do filhote. até se emocionou com o Lula lá em Caospenhaguem... (roubei essa de uma colega de trabalho que entrou na gelada da COP15 - hehe) desistiu do ar-condicionado por enquanto e conseguiu malhar 3 vezes essa semana. que venham as rabanadas e o vacalhau!!!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

reality vida #2

comunicadora de ONG, 35 anos, mãe de um filho de cinco anos, solteira namorando, moradora da Zona Sul carioca e meio dura dá pausa para almoçar na copa do escritório (tá sem saldo no cartão alimentação até dia 20) e aproveita para colocar um novo post. continua sem ar-condicionado no quarto e o filho viajou para o Peru onde passará as festas e praticamente todo o verão com o pai. sem muito empenho na malhação desde o primeiro espisódio, ela sonha agora com as férias em Baires. como disse uma amiga: lá é bom para brincar de rico.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

meu guri vai embora

amanhã ele vai embora
vai cedinho
e ao acordar vai perguntar se já é de dia
com sono vamos
e com saudades também
desde já
desde sempre
porque a gente sabe que filho é do mundo
e o mundo do meu é grande
desde já
para sempre


Mateo e suas avós: Dorina (Peru) e Lourdes (Brasil).

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

reality vida

comunicadora de ONG, 35 anos, mãe de um filho de cinco anos, solteira namorando, moradora da Zona Sul carioca e meio dura tenta desesperadamente comprar um ar-condicionado, novo, de 7.500 BTUs, 110v e preço de até 800 reais. ela visita o Buscapé, fuça sites de lojas grandes, considera até mudar de marca (nem tudo na vida a gente consegue colocar na Consul ou é uma Brastemp...) e não consegue. não tem o aparelho que ela quer no mercado.
### nossa transmissão foi interrompida pela descoberta de um M e um rabisco feitos com canetinha preta no sofá. mãe bota filho para dormir sozinho como castigo, ele faz o maior show e ela perde completamente o tesão de escrever. a temperatura no Rio deve passar dos 35 ºC no Rio e amanhã ela quer acordar às seis para malhar. ###

sábado, 28 de novembro de 2009

tem dias

nos quais só o cinema me salva. e quando não dá prá ir até lá, para comungar no escuro com outras pessoas o que quer que seja - milagres, mediocridades ou nada - eu recorro ao DVD.


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Últimos filmes

Já que estamos aqui, né? Post rápido sobre os últimos filmes. Ou pelos menos os que eu me lembro.
No cinema:
"Coco Antes de Chanel" - cheguei com seis minutos de filmes começado, mas acho que não perdi nada importante. Tristinho e simpático ao mesmo tempo. Gosto da Audrey Tatou, mas a Mademoiselle Chanel dela e nem próprio filme chegam aos pés do Piaf com/da Marion Cotillard. Não consigo não comparar.

"Bastardos Inglórios" - morri de rir com o tenente caipira Aldo Reine do Brad Pitt na cena do saguão do cinema, mas fechei os olhos nas cenas com objetos perfuro-cortantes. Foi-se o tempo que assistia rindo a filmes como "O Albergue" do Eli Roth, que está também no elenco. Gostei muito do filme. Os exageros, o sarro que tiram dos nazis e tudo o mais, me fez lembrar do "Minha Quase Verdadeira História", cujo final e as entrevistas nos créditos dizem tudo.

Em DVD:
"Segurando as Pontas" - filme de maconheiros para maconheiros e não maconheiros darem risada. E eu dei.


"A Partida" - eu achei lindo de viver! Não resisto a dar uma de Hebe para resumir o filme que mostra um cara que se encontra na vida enquanto limpa, veste e maquia cadáveres. Bacana também ver o tratamento que outra cultura dá à morte. Bateu uma tristeza lá pelas tantas, é claro. Acabei lembrando do meu pai... Mas como do veneno se faz o antídoto, esse filme também me deixou com aquela sensação de alma lavada no final. Já aconteceu antes com outros filmes que despertaram outras lembranças que guardo dele. Gosto de pensar que é o jeito que ele encontra prá me mandar recados. Nosso último filme juntos? "O Pianista". Um dia, ainda escrevo sobre todos os nossos filmes.

Mateo aos 5

Mateo aos cinco anos aprendeu a cantar "mariana conta..."
Fala "bibélula", "ainda bom" e "picsa".
Exagerado de pai e mãe, lança mão de clichês como "hoje é pior dia da minha vida" e "todos me odeiam".
Com ares de futuro poliglota, quer saber como se diz isso e aquilo em inglês ou francês, fala espanhol quando quer e declara que ainda não sabe chinês.
Eventualmente um troglodita, chuta seus brinquedos, mas por curiosidade também dá com eles nos chão.
Respondão, quase sempre quer bater boca como se ao invés de 5 anos tivesse deles uma porção.

Mateo aos cinco tem amigos que parecem ser de toda e para toda vida.
Quer um cachorro como animal de estimação e entende de dinossauros.
Diz que é irmão do saci e tem ciúmes da mamãe.
Com o papai conversa pelo telefone e pela internet, mas gosta mesmo é quando ele lhe come a barriga em carne e osso.
É valente como o Ben 10 que adora, fofo como os bichinhos de pelúcia que carrega e quer bem aos lobos que não sejam do mal, como é o caso do guará.

Mateo aos cinco, come pizza às terças e empaca na porta do sushi quando está com muita vontade.
Sabe escrever seu nome, espelha letras e números, copia bem as palavras e já tem o seu querido diário.
Continua vendo o mesmo filme dezenas de vezes seguidas sem cansar e disse que nunca, nunca vai se casar ou namorar.
Quanto a essa promessa, ai que vontade de gravar!

Pós-sumiço

Não quero dizer que vá voltar a escrever com força total. É melhor surpreender do que frustrar. Mas a intenção e alguma inspiração, se não for muita pretensão, estão aqui.
Na verdade, houve idéias em trânsito, no ponto de ônibus pela amanhã e nos aeroportos. Alguns rascunhos foram iniciados, mas nunca retomados. Menos um. Esse aí de cima, sobre os cinco anos do Mateo.
No mais, veremos.

terça-feira, 14 de julho de 2009

dando sopa

foi fazer uma sopinha de batata baroa
descascou e lavou com capricho
pôs um tiquinho de alho e margarina na panela
cozinhou por não sei quantos minutos
liquidificador a postos
despejou e olhou
lá dentro estava a faca
cortando o pensamento
que vadio
andava em lugar impróprio
pensou em tirar uma foto
prá ter como provar
desistiu e levantou o copo
pegou num pano
tomou um choque
concluiu:
batata baroa e desfrute
são eletrocondutores

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Ciranda, cirandinha

o anel que tu me deste
nunca se quebrou
é de prata boa
adornada com concha rara
perfeito o quanto pode ser
em mão tão miúda

"- Vai com aqueles brincos que também me deu."
assim lhe disse quando o vi
e disfarçadamente o guardei

"- Um anel de presente a essa altura do campeonato, meu caro!"
eu queria ter dito
mas você não entenderia

nunca pode compreender
que mais do que anel e papel
fez falta em outra época
o verdadeiro compromisso

agora os tempos são outros
aqui estão meus dedos
que cafuné sabem fazer

o anel é mesmo tão bonito
combina com aqueles brincos
e vai melhor ainda com o que há no coração

terça-feira, 23 de junho de 2009

Últimos filmes. No cinema.

No comecinho de junho, voltei ao cinema depois de quase um mês. Que saudades! Nada como estar sentadinha no escuro, desligada de tudo, ainda que uma coisa ou outra possa me distrair da história e me levar prá loooonge ou bem prá dentro de mim... Mas isso já é outro papo.

A volta foi com "Simonal - Ninguém sabe o duro que dei". Ontem (segunda) aproveitei para ver "A festa da menina morta". Mas vou aproveitar o post para listar "Sinédoque, Nova Iorque" e "O Lutador" que vi em maio. Listar mesmo, que não estou com palpite para escrever muito sobre os dois últimos. Também não vou colocar a sinopse dos filmes dessa vez. Preguiça pouca é bobagem no inverno carioca...

"Simonal - Ninguém sabe o duro que dei" (2009). Não tinha a dimensão do talento do Simonal até ver o documentário e não conhecia sua história de sucesso. Uns dias antes de assitir ao filme me lembrei de ter escutado na universidade, não sei de quem, que ele havia entregado gente para os militares na época da ditadura... Ao ver o filme me deu vontade de acender uma vela para Nossa Santa Ignorância, pois a coitada deve ter ficado ofendida com essa correção da história. Cretinices e intransigências a parte, e o contexto histórico como o filme mostra muito bem, o ostracismo ao qual Simonal foi condendo foi o resultado de não pertencer a turma nenhuma. Pensei no termo outsider para definí-lo, mas aí está mais um que não sei como usar direito... No mais, o documentário me pareceu uma boa aula de jornalismo com sequências musicais muito bem escolhidas. Detalhe que me chamou atenção e causou certa irritação (adoraria saber se alguém mais sentiu semelhante incômodo) foi o merchandising feito pelo Jaguar com aquela garrafa de cachaça (enquanto tomava cerveja!) na mesa de sua entrevista. Confesso que não engoli.

"A festa da menina morta" (2008). Adoooro o Matheus Nachtergaele e por isso fui ver o filme. Os atores Jackson Antunes e Daniel de Oliveira são excelentes e conseguem tornar mais do que pertubadoras as cenas de pai e filho que são marido e mulher. O Brasil profundo que está ali na tela num recorte amazônico tem dessas coisas e outras que o diretor mostra muito bem em seu filme. Muito bonita a sequência do break/street dance no meio da festa da menina. Só não curti as sequências que parecem querer situar o expectador na paisagem e acho que isso força a barra. Sem contar que espicha o filme. "Amarelo manga", no qual Matheus Nachtergaele atua, também tem dessas cenas...

"Sinédoque, Nova Iorque" (2008). Gostei, mas acho que o Charlie Kaufman errou a mão. Me deu um pouco de soninho lá pelas tantas. Philip Seymour Hoffman como sempre muito bem. Ponto para a Samantha Morton, que eu sempre acho o máximo.

"O Lutador"(2008). Gostei. Gostei mesmo. Algumas cenas de luta são bem bizarras e houve momentos em que tapei os olhos. Mas o filme com certeza é mais do que isso. O papel da dançarina de boate faz um ótimo contra-ponto ao do lutador. Eles ganham a vida com seus corpos e com seus shows, mas ela tem um projeto de vida para a "aposentadoria". Mickey Rourke, pelas razões que todos já falaram, está perfeito no filme.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Um Power Ranger em minha vida

Depois de uma boa fase encantado pelo Batman, sem nunca ter visto um filme ou desenho do morcegoso herói, Mateo há uns três meses não quer saber de outra coisa além do Power Rangers.

Numa de suas visitas ao pai, seu amiguinho peruano Amaro lhe presenteou um boneco Power Ranger Azul e acho que foi também com ele que Mateo viu pela primeira vez. Não sei se filme ou episódios de uma das muitas temporadas que a série tem... Retornando ao Rio, sucumbi diante de um pedido seu para pegar um filme de PWR na locadora. Pouco depois, a Loulu (minha mãe que ele chama assim) comprou um DVD com episódios num saldão de locadora. Vendo o tal DVD todo dia, meu filhote acabou pirando em ser o PWR Azul.

Foi assim que sucedeu a coisa. Ainda que culpada e temerosa, fui fazendo vista grossa para aqueles modelitos horrorosos, aqueles golpes escalafobéticos e aqueles monstros de cabeça de peixe e pimentão. Algumas vezes tentei limar o DVD da nossa programação, mas não teve jeito.

Atendendo aos pedidos do meu guri, comecei a catar uma fantasia de PWR Azul para ele. Não consegui nada nas Lojas Americanas e nem em outras boas casas que vendem pela internet. Não sei se foi coisa de pós-Carnaval, mas não encontrava a tal roupa...

Frustradíssima, pois a essa altura a questão era minha, rumei um sábado de manhã com Mateo para o Saara. Enfim, encontramos a bendita fantasia. Com máscara. E pistola que vira espada, o que me colocou mais um vez diante da dúvida cruel "arma de brinquedo é a porta de entrada para o mundo da violência e da guerra?". A alegria do menino e o espanto com o preço, quase setenta pratas pelo mimo, me afastaram da elucubração e voltamos para casa satisfeitos.

Segurei a onda do Mateo para sua estréia como Ranger Azul até o dia seguinte,quando teríamos a festa à fantasia de sua amiguinha Maria Hemengarda.

Na luz de um domingo de sol, de banho tomado, de pé em sua cama, Mateo vestiu com minha ajuda sua roupa de PWR Azul. Emocionado, fez um ar solene e me disse: "Mamãe, esse é meu sonho, hein."

Ele tem usado "hein" para reforçar frases. E eu costumo usar as costas das mãos, ou a barra da camisa, para enxugar os olhos todas as vezes que ele diz esse tipo de coisa.


quarta-feira, 27 de maio de 2009

Quatro (ou oito?) porquês completamente aleatórios

No caso de Mateo, ou alguém mais perguntar, já está.

1
Eu gosto de joaninhas porque tenho uma lembrança de infância na qual elas passavam das mãos, delicadas e magras, da minha mãe para o meu braço.
Eu não gosto de sardinha frita porque era o prato de quando as vacas estavam magras.

2
Mateo já viajou à Lima porque eu gostaria muito mesmo de estar lá.
Agora Mateo viaja à Lima porque lá também é o seu lugar.

3
Vejo filmes mesmo quando me contam antes o final, ou um detalhe fundamental, porque penso que uma boa história é sempre uma boa história.
coloquei um aviso sobre isso por aqui porque não quero ser estraga prazer de ninguém.

4
Falo muito porque meu pai também falava e parecia não achar ruim que eu também falasse.
Já falei mais (acredite se quiser) porque algumas pessoas me disseram que eu falava demais e minhas bochechas ainda queimam quando penso nisso.

Todo dia

Mateo hoje me perguntou por que tinha que fazer as coisas sempre da mesma maneira. A pergunta foi uma reação à minha instrução de que, ao chegar da escola, deveria ir direto para o banho. Por ele, a primeira coisa ao chegar seria ver um filme.

Respondi a ele que todos fazemos coisas sempre da mesma maneira, que isso se chama rotina e que ele também tinha uma. Dei alguns exemplos como o fato de eu trabalhar de segunda a sexta e de ir buscá-lo duas vezes por semana na escola. Ilustrei também com a rotina da abuela Dorina, que agora está passando uns dias conosco, mas que quando está em sua casa no Peru tem que cozinhar todos os dias para a família e dar de comer também aos cachorros.

Ele não deixou de ficar com vontade de ver o filme antes de qualquer coisa, mas acho que entendeu o que eu disse. De todo jeito, provavelmente amanhã vai pedir para ver o filme primeiro. E depois de amanhã também. Exatamente como fez inúmeras vezes antes de hoje.

Com 4 anos e meio deve ser difícil aceitar coisas que devem ser feitas sempre da mesma maneira. Talvez ajude se eu disser para ele que com 35 anos também.

domingo, 24 de maio de 2009

Últimos filmes. Em DVD.

Um homem bom (Good, 2008)
John Halder (Viggo Mortensen) é professor de literatura que tem uma esposa neurótica, uma mãe tuberculosa e dois filhos para criar. Um livro seu, no qual defende a eutanásia, cai no gosto do Reich e Halder tem a oportunidade de ascender. A questão é "o que faz as pessoas felizes não pode ser ruim, pode?".

Um bom filme. Gosto do Viggo Mortensen, desde que vi Uma História de Violência. Da vez que vi o Senhor do Anéis só achei ele gato, mas isso é outro departamento. Pois bem, nessa aqui o que me pareceu mais interessante é a relação dele com o amigo judeu psicanalista Maurice (Jason Isaacs). O carinho e a amizade entre eles é evidente, mas a medida que Halder ascende e os judeus caem em desgraça, algo (inevitavelmente?) se quebra entre eles. Fiquei com a sensação que das perdas que Halder sofre com os ganhos que tem, a mais sentida e irreparável é a do amigo.

Vida de Casado (Married Life, 2007)
Harry (Chris Cooper) é casado há vários anos com Pat (Patricia Clarkson), até que conhece a jovem viúva Kay (Rachel McAdams). Harry não tem coragem de enfrentar uma separação e busca uma forma de acabar com o casamento sem que isto machuque Pat. Resolve matá-la. Enquanto isso, seu amigo Richard (Pierce Brosnan), um mulherengo, se encanta por Kay e resolve conquistá-la.

Não sabia muito o que esperar desse filme quando peguei e tive uma bela surpresa. Desde os créditos iniciais gostei do filme. O papel da esposa é muito bom. Ela parece ser a única que está confortável com o que tem: um bom homem como marido e um amante sarado. O modo como o amigo orquestra o melhor final para ele e, pelo que tudo indica, para os demais me lembrou uma velha e boa farsa. Uma amiga que viu o filme disse que ficou sem saber se a moral do filme é "não mate sua esposa que pode ser pior sem ela" ou "o mal do urubu é pensar que o boi está morto". Concordo com ela, mas fiquei mesmo pensando é como duas pessoas podem passar uma vida juntas sem se dar conta de que em algum momento simplesmente uma parou de perceber (de verdade) a outra. Será que é possível identificar esse momento? Assim, com dia, mês e ano? Pior. De que será que ele é feito? Dias? Meses? Anos?

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Malvadezas. Porque nem só de fofurices vivem as mamães.

Há uns três anos, uma ex-companheira de trabalho, Ludmila, querida como ela só, a quem eu inclusive chamava de Flor, me apresentou o maravilhoso mundo dos quadrinhos de André Dhamer. Nunca fuçei a vida dele prá saber quantos anos tem, o que estudou, estado civil, suas cinco músicas favoritas ou coisa que o valha. Só sei que ele pinta também (já vi umas coisas bem bonitas por lá) e tem um senso de humor que eu aprecio muitíssimo.
O cara não se importa com o políticamente correto e tem nos Malvadinhos que estão sempre no canto direito superior de suas tirinhas umas frases (talvez aforismas, se eu tivesse certeza absoluta do significado exato da palvra) que eu acho o máximo.



Convido a todos a explorar. Tem o tirano Rei Emir Saad, o Monstro de Zazanov; a aldeia de sequelados Los Locos e os deprês Ulisses e Sarinha. Confira: www.malvados.com.br

terça-feira, 12 de maio de 2009

Bebês podem levar suas mamães ao cinema - Cinematerna

Quando eu estava grávida do Mateo, lá se vão cinco anos, uma amiga americana me emprestou o livro What to expect when you're expecting (tem edição da Record em português - O que esperar quando você está esperando). Entre um monte de informação bacana sobre o que acontece mês a mês, parto, pós-parto e algumas coisas que talvez impressionem mamães muito pilhadas, encontrei uma parte com sugestões sobre lazer com o bebê nos primeiros meses. Dentre todas, a que me agradou mais e, infelizmente, ao mesmo tempo me deixou frustradíssima, foi a que recomendava sessões de cinema especiais para mamães e bebês. Lá em Campo Grande-MS não tinha disso não. E naquele então, tampouco em outra cidade qualquer do Brasil.
Eis que há algumas semanas, tomo conhecimento de que aqui no Rio desde abril, semanalmente às quintas no Unibanco Arteplex Botafogo, às 14 horas, acontecem sessões para mamães e bebês de até 18 meses. Papais e acompanhantes também são bem-vindos, é claro. Trata-se do projeto CineMaterna que depois de um ano rolando em São Paulo, chegou à Cidade Maravilhosa. Agora em maio, começou em Campinas.
Os filmes são escolhidos pelo público, por votação, no site do projeto. Depois do filme tem bate-papo sobre maternidade.
Ai, ai... Fiquei pensando na minha licença-maternidade e no tempo que passou até que eu pudesse pisar numa sala de cinema de novo, depois que o Mateo nasceu. Ele tinha mais ou menos 1 ano, morávamos em Lima e consegui escapar uma noite com amigos para ver A History of Violence, do Cronenberg, com o Viggo Mortensen. Aqui no Brasil , Marcas da Violência.
Que fique claro que com meu filhote sempre curti a beça. Mas teria sido realmente especial pegar um cineminha juntos nesse esquema, combinando pipoca e mamá de peito.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sem palavras

penso
falo
sinto
não digo
entre uma coisa e outra
vivo

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A primeira carta a gente (mãe) nunca esquece


"Mamãe eo te convido para ir au sinema"
Victor tem quase seis anos e é filho da Márcia, minha ex-colega da faculdade com quem tenho a sorte de trabalhar há um ano. Hoje ela me aparece toda prosa no escritório com a cartinha da imagem acima. Primeira carta da vida do filhote e justamente prá ela. Dá prá imaginar como ela se sentiu?
Se meu pequeno faz um dia assim comigo, ainda mais convidando prá ir ao cinema, acho que dou uma mordida nele de tanto contentamento. É que tamanha fofurice dá até vontade de comer. Nhac! ;)
Quem quiser conhecer essa e outras emoções maternas da Márcia, faça uma visita:
http://victor-e-alice.blogspot.com/

# caixa postal *

sua voz
possível pedacinho de você
que viria encontrar
meu ouvido
pedacinho curioso acessível
nessa distância do tamanho de uma ponte
aérea minha mão agarra o telefone
aperta a palma da noite
abre e dorme
você
pedacinho de caminho
que tomei desavisada
e agora perco extraviada
de mim

"I don't know you/But I want you/All the more for that"
Falling Slowly
do filme Once

segunda-feira, 30 de março de 2009

Voltando

Esse final de semana, pela primeira vez desde que Mateo voltou prá casa, aluguei filmes para mim. Vi algumas coisas enquanto ele esteve fora, mas aí teve aquele momento em que ficar em casa sem ele era triste demais, então deixei de lado nosso querido DVD. Agora estamos de volta! Mateo e eu. Eu e Mateo.


Pois bem, além de horas seguidas de Power Rangers SPD, o final de semana teve:

- Minha Quase Verdadeira História
Nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, em 1944, Adolph Hitler (Helge Schneider), já derrotado, tenta superar a depressão, enquanto seus generais preparam um complô para tirá-lo do poder e dominar a Alemanha.

Comédia um tanto alouprada sobre ninguém menos que Adolf Hitler. É um pouco desconfortável dar risadas de um tipo como esse e deve ter sido ainda mais estranho fazer esse filme. O personagem judeu diz no final alguma coisa sobre a necessidade que temos de representar tantas vezes e de diversas maneiras aquilo que apenas não conseguimos compreender.


- Fatal (Elegy, Isabel Coixet)

David Kepesh (Kingsley) é um crítico cultural de TV e astro literário de uma faculdade de Nova York. Sua vida era tranqüila até ele conhecer uma jovem estudante, de 24 anos, chamada Consuela Castillo (Penélope Cruz), que desperta nele uma obsessão sexual. David torna-se obcecado pela beleza de Consuela e tomado por um ciúme doentio. Com uma ternura, graça irônica e intensidade erótica, Fatal explora o poder que a beleza tem em cegar, revelar e transformar as pessoas.

Mais um caso de tradução infeliz de título. O filme é mesmo uma elegia sobre o amor, segundo uma amiga que viu o filme. Ela ficou bastante mexida. Acho que eu nem tanto, mas me pertubou a idéia de que podemos querer tanto alguém sem nunca de fato olhar para dentro dessa pessoa. Ao ponto até de não perceber que ela quer a gente com igual intensidade de tão preocupados que ficamos em possuir e em não ser abandonados. Uma idéia inspiradora que aparece lá pelo final: "O tempo passa quando você não está olhando."

domingo, 29 de março de 2009

Como é gostoso o meu francês

Garotas, estou apaixonada!
Rapazes, sugiro que parem por aqui. Sei que a curiosidade é grande, mas pode ser demais para vocês. As mamães não vivem só de fofurices de seus pimpolhos. Há coisas que são de extrema necessidade no cotidiano de uma mulher. Ainda mais quando se trata de uma working-single-mom.
Foi uma amiga minha quem me apresentou. A hospedei por quase dois meses nessas férias de verão sem o filhote. É impressionante como algumas mulheres, al-gu-mas - sem generalizar que isso não pega bem e tampouco seria verdade - rapidamente se tornam íntimas umas das outras. E mais que íntimas, podem ser generosas ao ponto de compartilhar seus achados mais interessantes.
Pois bem, pessoa fantástica, essa nova amiga uma noite apareceu com ele. Fiquei curiosa, apesar de até então não dar bola prá tipos como esses. Pior, não levava fé que funcionavam! Me pareciam sempre gringos demais. Barulhentos demais. Também achava que eu não tinha jeito para lidar com eles. Ficava com medo de doer, confesso.
Ela me animou muito. Estava certa de que eu apreciaria aquela belezinha também. Com o mínimo de instruções que ela me deu, mais sobre a velocidade mesmo, eu experimentei. E adorei. Dessa primeira vez foi relativamente rápido, mas o resultado me agradou muito. Ela, vendo que eu estava entusiasmada, me disse que poderia pegar emprestado de novo sem problemas. Num dia em que eu estava sozinha em casa, acabou acontecendo. Com mais tempo, sabe como é, caprichei mais. Gamei. Ela tornou a me emprestar, sem o menor grilo, até o último dia que ficou em casa.
Decidida a não abandonar minha descoberta, resolvi investir. Valeu super a pena. Já faz quase um mês. Todo meu. Uso sempre que preciso e peguei tanto o jeito, que às vezes num tempinho entre o banho e o vestir, consigo resolver meu problema. Tão prático. E limpinho, viu?
Hoje uma outra amiga querida veio em casa almoçar e socializei com ela. Mostrei e deixei provar. Dei maior força prá ela descolar um também. Ela me pareceu inclinada.
Agora de noite, fiquei pensando: "Porque não contar prá todas?". O que é bom a gente tem que dividir! Só um conselho antes: não se deixem impressionar pela nacionalidade ou aparência. O melhor mesmo é experimentar o de uma amiga antes. Prá quem quiser conhecer o meu, voilà! ;)

Prá chamar de meu

Para quem pensou em toys, ao ler o post anterior, fique sabendo que eu quero mesmo é um namorado. Mas não um qualquer. Quero um que seja um bonequinho de tão querido comigo, mas ao mesmo tempo homem à moda antiga. Ando pensando num assim... tipo Falcon.
Quem tem mais de 30 e alguns, sabe o que é. Ou melhor, sabe quem é Falcon.
Quero um daqueles que tem olhos que se movem de um lado prá outro. Olhos de águia, que me acompanhem prá lá e prá cá. Que estejam interessados nos meus movimentos mais banais, e estabanados, e saibam perceber os mais delicados. Um cara que entenda o que pode significar para uma mulher escutar "Can't Take My Eyes Off You" juntinhos, quietinhos.
Sei que não sou nenhuma Suzy, mas se como nosso querido Falcon o moço tiver disposição para matar tubarão, melhor ainda. ;)


quinta-feira, 26 de março de 2009

Amigos de 4 e de 35.


A primeira vez que me dei conta de que Mateo tinha amigos e era amigo, prá valer, foi na noite do ano-novo. Estávamos com duas famílias da escola lá na Praia do Flamengo, pegando carona na queima de fogos de Niterói. Artifícios que sobem, estrelas coloridas que descem, e as crianças Gabriela e Pedro se metem na água. Aquela água suja, escura da noite, mas enfeitada de flores e promessas.
Meu menino, que até então resistia muito ao mar, hesita só uns minutinhos. Depois, água e palmas são despachadas para o ar a seis mãos. Mergulhos na areia e risadas. Aquela confiança de que nada de mal pode acontecer se estamos com nossos amigos. Aquela coragem de fazer, como eles, aquelas coisas. Qualquer coisa.
Ver o Mateo viver os seus amigos me faz pensar nos meus amigos. Superamigos que me cuidam como se eu fosse uma flor de sal e me fazem acreditar que existem nas estrelas promessas para mim, ainda não cumpridas. Gente de quem recebo e para quem dou confianças e coragens. Mesmo quando a água está muito suja e a noite, mais que escura, é sem fim.
Para Erika, Glauber e Theo que vem chegando

domingo, 22 de março de 2009

Nosso querido DVD

Das muitas afinidades que temos, entre as genéticas e as que nascem da convivência, Mateo e eu compartilhamos um imenso amor pelo nosso DVD. Durante o dia, o guri domina o aparelho, vendo sem parar seus favoritos, que no momento são: Os Incríveis e uma coletânea do Pica-Pau, recém-adquirida. Ele quase não vê televisão aberta, só um pouco de desenho ou Chaves. Não temos cabo. Meio por economia, meio por uma resistência minha à quantidade de propaganda que vejo nos canais infantis. Assim, o DVD reina absoluto.

Nos finais de semana, principalmente, tenho que segurar a onda do pequeno, que já acorda pensando no que vai ver. É todo um processo de negociação para sair, ver a rua e curtir outras coisas. Quando rola programa com os amigos da escola (ah, esses queridos amigos... renderão um post em breve!) é fácil. Deixa até a história no meio. Mas quando não tem amigo dele na proposta, ele sempre tenta fazer o filme vir antes de tudo. E eu finco pé.

Já na rua, o "ver meu filme" vai sumindo. Passamos bonito, sozinhos ou com outras pessoas, ele se diverte e relaxa. Determinada hora, pergunta: "Que tal irmos prá casa e eu ver meu filme?". Acho engraçado e compreendo. Ah, se compreendo! Lá pelas nove e tal, é a minha vez: "Que tal você ir prá cama e eu ver o MEU filme?"